Por Ericky Nakanome
Um dia quando tudo isso passar, as coisas não retornarão ao normal, o que virá eu não sei, mas para todos será bem diferente. Aquela ginga nortista de fazer rádio não teremos mais, pois nossos ícones de alegria se foram, os carinhos da sogra, as piadas e palavrões da tia, a admiração da prima, o sorriso do açougueiro e do feirante pararam de brilhar, as memórias das professoras e tantos colegas de aula ficaram nos pensamentos, e tantos personagens que costuram a dramaturgia da vida saíram do palco levados de surpresa pela dor da saudade, e tudo aquilo que dá o colorido da vida desbota-se a cada manhã com as notícias de partidas insubstituíveis (todos somos insubstituíveis sim).
Quando os tambores rufarem as alegrias serão incompletas, tantos os brincantes que cessaram, os amantes que deixaram de amar, e naquele chão do Zeca quando olhar, vai ficar faltando aquela dancinha singular que a minha geração conheceu lá no início dos anos 90, sim já vinha desde antes, do curral de terra, uma pajelança com lampejos de mestre sala num bater de ombros e tremedeiras sorridentes, “pintado de suor” vinha felicíssimo nos dar talvez o abraço mais sincero daquele lugar.
O pierrô da “tarde alegre”, dançarino da galera, ator da via sacra, cantor dos shows de calouros do arraial de Lourdes, pastor, espanhol e o Campos das filhas de Davi da Francesa, deixará vago para sempre aquele cantinho no Zeca Xibelão.
Adeus Bosquinho, o boi que eu amo é feito de gente, de povo e de amor!
Foto: Reprodução Internet