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Autistas atendidos na Vila Olímpica encontram no esporte o apoio para o desenvolvimento de suas capacidades

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Caracterizado pelo comprometimento da comunicação e interação social, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), ou simplesmente Autismo, ainda é uma condição de saúde com questões a serem respondidas. Porém a prática de atividades esportivas tem mostrado importantes benefícios aos autistas. Nesse sentido, a Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar) já tem trabalhado com algumas pessoas com essa condição.

Abril é considerado o mês Azul, e nesta quinta-feira (02/04) é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo que, segundo o Manual de Diagnósticos e Estatística dos Transtornos Mentais (DMS-5) é um transtorno neurológico, com várias intensidades, podendo ir do mais severo, quando a pessoa não consegue estabelecer nenhum tipo de comunicação e é dependente para realizar atividades cotidianas, aos casos mais leves, em que a pessoa consegue levar uma vida praticamente normal.

Na Vila Olímpica de Manaus, alguns atletas autistas que participam dos treinamentos têm apresentado importantes evoluções. O atletismo tem sido a modalidade mais utilizada com crianças, jovens e adultos autistas, mostrando-se um pilar de apoio ao desenvolvimento e à aprendizagem. Ao todo, são seis alunos com TEA praticando atletismo, que tem coordenação do professor Sérgio Nazareno, especialista em Fisiologia e Treinamento Esportivo.

Segundo Nazareno, atividades individualizadas são as mais recomendadas para atender esse público. O método utilizado consiste em repassar as atividades aos responsáveis que acompanham, que escrevem a prescrição para que os alunos leiam e, então, pratiquem ao chegar ao treino.

“Atuo há 15 anos nessa área, e todo o meu trabalho é voltado para o paradesporto. Por conta do déficit de atenção e da dificuldade de interagir socialmente, o maior progresso com alunos autistas está na prática da atividade individual. É preciso criar uma rotina e o apoio familiar é fundamental nesse sentido”, explicou.

Melhorias pelo esporte – Entre os alunos atendidos está Ângelo Castro, de 14 anos, com um autismo de grau severo, que o impede de verbalizar. Segundo a mãe, Thaís Helena Castro, professora e pesquisadora em Acessibilidade e Inclusão da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ângelo foi diagnosticado com o transtorno quando ia completar 3 anos de idade.

O adolescente, que já acompanhava Thaís nas atividades esportivas que ela praticava, começou a frequentar as aulas de atletismo na Vila Olímpica em agosto de 2019. Para ela, é possível observar a evolução do filho desde que ele começou a praticar atletismo, em agosto do ano passado.

“As aulas ajudam muito, em várias áreas do desenvolvimento. A coordenação motora, a socialização, a compreensão de regras, a adaptação a mudanças, tendo em vista que pessoas com autismo tem muita dificuldade em mudar o que estão acostumadas a fazer. Ele avançou muito nesses pontos”.

A transformação na socialização de Ângelo foi tão positiva que, no final de 2019, ele participou pela primeira vez de uma corrida de rua para pessoas com deficiência, algo impensável há alguns meses. Segundo Thaís, o jovem também ficou mais ligado ao mundo e hoje faz questão de expressar suas vontades, comunicando-se pela escrita e por alguns sinais da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Outro aluno que pôde colher benefícios ao participar da turma de atletismo do professor Nazareno foi Tiago Santana, de 9 anos. Diagnosticado com TEA com pouco mais de 2 anos de idade, o menino é considerado autista não verbal e apresentou dificuldades de desenvolvimento desde cedo.

Mas, após o início das atividades esportivas, com um trabalho contínuo e orientação correta, foi possível observar alguns avanços, conforme explicou a funcionária pública e mãe de Tiago, Jane Santana.

“O professor Sérgio faz um trabalho incrível na Vila com as crianças especiais. Antes, o Tiago não conseguia parar quieto e completar uma atividade, mas os trabalhos diários nos treinos ajudaram-no a ser uma criança mais concentrada e atenta, além de melhorar a coordenação motora dele”, destacou.

Dia Mundial de Conscientização do Autismo – Como forma de conscientização da sociedade para o TEA, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu, em 2007, que todo o dia 2 de abril seria lembrado como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Este ano, a comunidade envolvida com o autismo no Brasil traz o tema “Respeito para todo o espectro” e, nas redes sociais, a hashtag utilizada para celebrar a data será #RESPECTRO.

FOTOS: Bruno Zanardo/Secom, Mauro Neto/Faar e Arquivo Pessoal

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