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Bloqueio com barreira fluvial impede proliferação do novo coronavírus em terra indígena Sateré-Mawé

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Barreirinha (distante 331 km de Manaus) possui em seu território mais de 80 aldeias com população estimada em 13,3 mil indigenas etnia sateré-mawé. O município, em seu território urbano computa altos números de contaminados pelo novo coronavírus e até agora nenhum caso de covid-19 foi registrado nas comunidades indígenas. Para as autoridades de saúde do município, este resultado positivo é reflexo do bloqueio feito há mais de 60 dias no acesso via fluvial da região indígena do Rio Andirá, o que tem impedido a proliferação do vírus.

A Prefeitura de Barreirinha, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, Departamento de Assistência ao Índio, deslocou desde o dia 20 de março uma equipe com vigilantes e instalou uma barreira fluvial nas proximidades do Distrito de Ponta Alegre ( entrada da área indígena Mawé), com intuito de inibir a entrada e saída de embarcações, já que único meio para acessar as aldeias é através do rio Andirá.

Embarcações de portes variados são diariamente abordadas, os condutores e passageiros recebem orientações sobre como é contraído o vírus, além disso é submetida a aferição da temperatura com termômetro de testa. Cerca de 80% das embarcações foram bloqueadas por não haver justificativa para entrar ou deixar a região. 20% podiam fazer o curso fluvial normal em casos como: recebimento de benefícios sociais, aquisição de alimentos, medicamentos ou em casos de emergência médica. A partir do registro do primeiro caso confirmado de Covid-19 em Barreirinha, a barreira sanitária impediu em 100% o trânsito de embarcações.

Para o coordenador do Departamento de Assistência ao Índio (DAÍ), Jecinaldo Sateré, a grande preocupação da barreira é bloquear a ameaça vinda dos municípios vizinhos, onde a doença está mais avançada. “De acordo com especialistas da área sanitária se não houvesse essa barreira o povo indígena já teria contraído essa doença pela facilidade de locomoção aos municípios de Parintins e Barreirinha, onde cerca de 1 mil indígenas residem e circulam facilmente entre ambos polos. Com o apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena de Parintins e a Funai, estamos sentindo um trabalho positivo em união com as ações do prefeito Glenio Seixas, não temos nenhum caso de Covid-19 nas aldeias Sateré-Mawé, graças a este empenho” , ressaltou.

Estratégias de abastecimento alimentar para as aldeias

Com o impedimento no deslocamento dos indígenas para acessar serviços essenciais na sede municipal de Barreirinha, por exemplo, houve uma preocupação das lideranças locais com o abastecimento alimentar para mais de 2,8 mil famílias sateré-mawé. O costume dos indígenas sempre foi sair das aldeias e adquirir alimentos e outros itens a partir dos vencimentos adquiridos a partir de programas de distribuição de renda do Governo Federal, como o Bolsa Família, onde cerca de 936 famílias são atendidas por este benefício.

Dentro das estratégias para não faltar alimentos na região indígena do rio Andirá, foi montado um esquema com os comerciantes que atuam nos polos principais. Uma embarcação é enviada a Barreirinha para realizar a compra de gêneros alimentícios, que são entregues no porto e passam por processo de desinfecção antes de chegar até as aldeias. “A vigilância sanitária ao chegar os produtos faz todo o processo de higienização da mercadoria e após isso é feito o embarque desses produtos. Os tripulantes da embarcação de transporte de mantimentos são impedidos de transitar na cidade, pois estes poderiam carregar o vírus até a área indígena. Ainda na barreira sanitária fluvial todos os produtos e pessoal passam por nova vistoria, desinfecção para poder adentrar ao território sateré-mawé” , explica o líder indígena, Herivelton Mawé.

Além das medidas adotadas para evitar que os indígenas fossem infectados pela Covid-19, a Prefeitura de Barreirinha entra com uma fatia de investimentos para manter a população Mawé nas aldeias, não se deslocando até a cidade para adquirir itens básicos de sobrevivência. Cerca de 5 mil cestas básicas, adquiridas pela administração municipal devem ser direcionadas as famílias indígenas neste momento da pandemia. O educador indígena, Nasson Menezes, afirma que as ações voltadas para combater a pandemia é fundamental para garantir a saúde da população indígena de Barreirinha.

“Dentro da reserva indígena está sendo feito um trabalho utilizando a pedagogia e o diálogo em favor dos nossos ‘parentes’. O caminho agora é reforçar os direcionamentos da vigilância sanitária, utilizando da liderança dos professores, agentes indígenas de saúde e das demais lideranças para que todos obedeçam o isolamento social. Com energia positiva e proteção nossos heróis serão exaltados, estamos esperançosos pelos resultados do trabalho que está sendo feito pelas autoridades e lideranças indígenas do nosso rio Andirá para evitar perdas para esse vírus terrível” , comentou.

Decom BAE

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