Com a mensagem de falar sobre a liberdade e a luta contra a intolerancia religiosa na sociedade parintinense. Assim, a Comunidade de Terreiros encerrou neste domingo, 19 de novembro, no Complexo de Esporte, Cultura e Lazer Benedito Azêdo, a  2° Edição do Afro Parintintin. A festa religiosa contou com a presença dos bois Caprichoso e Garantido.

Um dos coordenadores do movimento, Franciney Silva (E), avalia que em cinco dias de evento, o objetivo de mostrar a riqueza plural da cultura negra que junto com a cultura indígena transformam essas manifestações religiosas foi alcançado. “Hoje encerramos esse movimento de luta contra a intolerância religiosa em relação as religiões de matrizes africanas que existem dentro de Parintins”, destaca.

Segundo Franciney, os terreiros ainda estão sendo catalogados, mais cerca de dez, além das casas e mesas ceará que são variações de templos religiosos em relação ao Umbanda e Candomblé no município, participaram do evento. “Isso é importante, e juntos levamos a mensagem do respeito buscando acabar com o preconceito com essas religiões”, exalta.

O coordenador manifesta que “a gente tem que entender que nenhuma religião nasceu para fazer o mau, o mau está impregnado nas pessoas e essa questão pejorativa colocada a essas religiões de matrizes africanas é uma questão histórica que passa do Brasil Colônia, vem para o Brasil Império e infelizmente chegou no Brasil República”. 

Bumbás na luta

De acordo com Franciney Silva, desde a década de 90 até hoje, o Festival começou a falar de fato do negro, introduzindo o negro não só como pai Francisco, mãe Catiriba ou Gazumbá. Antes só se falava do índio, hoje, os bois começaram a mexer na pluralidade do Brasil. “A participação dos bumbás nesse evento é importante para dizer que o boi não é só o índio, mas o branco e principalmente o negro, porque os sons, por exemplo, que temos hoje no Brasil são advindos da cultura africana”, conclui.

Texto e fotos: Kedson Silva/Parintins Em Destaque