No Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro, o Instituto Cultural Ajuri, INCA, e Instituto Manaós lançaram em Parintins o livro “História Social da Intolerância Religiosa na Contemporaneidade”. A obra é organizada pelo gestor cultural, Marcos Moura, e o babalaô Dr. Ivanir dos Santos. Trata da questão do preconceito e do contato entre religiões.
O livro é um caderno pedagógico que faz parte do Projeto Escola Afro-Amazônica, que tem como objetivo promover as culturas e histórias africanas e indígenas nas escolas. A intenção dos organizadores é atender as leis 10.639 e 11.645, que tratam do ensino das culturas indígenas e africanas nos estabelecimentos de ensino.
O projeto é desenvolvido em Parintins e Borba. Na Ilha Tupinambarana acontece nas escolas Dom Gino e Centro Educacional de Tempo Integral, CETI, atendendo 200 alunos. Em Borba estão envolvidos 400 estudantes. Marcos Moura justifica a realização do projeto como uma ferramenta para informar e conscientizar os alunos.
Moura acredita que o conhecimento é a melhor forma de se combater a intolerância. “Mesmo garantida por lei, a liberdade religiosa não é uma realidade no Brasil. Em nosso país a intolerância religiosa foi forjada durante séculos e se agiganta nos muitos anos, infelizmente, desconsiderando a riqueza cultural presente na diversidade, violando direitos humanos e constitucionais”, explica.
O projeto Escola Afro-Amazônica vai lançar mais três cadernos pedagógicos: a revista Etnias, educação e cultura Afro-Amazônica; o caderno Perspectivas Pedagógicas Afroindígenas e a revista em quadrinhos Histórias e Mitos Indígenas na Amazônia. Outro material produzido é o CD Didático com canções indígenas, quilombolas, africanas e autorais, gravado pela grupo Ajuri, além de 14 videoaulas. Todo esse material será entregue nas escolas para uso dos alunos. Esta é uma iniciativa do Instituto Cultural Ajuri e do Instituto Manaós, com emenda parlamentar de R$100 mil da deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB).
Texto: Eldiney Alcântara
Foto: Pitter Freitas